Como elaborar uma estratégia de sucesso?
Diferentemente do que foi exposto em motivação, a estratégia deve ser clara e precisa.
Esta etapa da jornada consiste em lidar com o esforço consciente, enquanto a abordagem motivacional envolve o aspecto inconsciente do ser em confrontação com sua finitude.
A elaboração de uma estratégia é a composição de diversos objetivos alinhados. Para se estabelecer o objetivo é necessário já ter ocorrido ampla reflexão sobre o aspecto motivacional, pois um objetivo equivocado e fantasioso pode se tornar um fardo extremamente doloroso. E mesmo obtendo êxito nessa empreitada, sendo o objetivo realizado, restará ainda a frustração de quem não entende o próprio esforço.
O aspecto motivacional é o que traz amparo às ações em busca do objetivo, e mesmo que nem sempre as ações executadas sejam agradáveis, podem ser extremamente necessárias dentro de uma estratégia.
Para melhor compreensão devemos entender que estratégia é a estruturação de sequencias lógicas em longo prazo, a fim de contrapor incertezas de percurso, em prol de um objetivo conhecido.
Assim sendo, alguns elementos devem ser observados. Primeiro, a estratégia está ligada a lógica, ou seja, é preciso que haja sentido. Uma estratégia sem sentido claro, além de demonstrar grandes chances de desvios, impede ainda o engajamento efetivo dos interessados, causando perda de energia em toda a somatória de esforços.
Outro elemento a observar é a perspectiva de longo prazo, este ponto confere a importância de ir além de ações pontuais, onde ao se efetivar uma etapa, outra já deva estar estabelecida, sem necessitar uma nova elaboração. É importante ressaltar, que a conformidade prática de uma estratégia exige invariavelmente adaptações nos planos já elaborados. Esta importância garante que seja mantido o direcionamento ao objetivo, aproximando pontos que eventualmente se distanciem conforme o que é executado, de modo a evitar que observações desatualizadas obscureçam a estratégia.
Assim, resta então especificar o objetivo. O objetivo é a representação de uma situação ideal em longo prazo. Quanto a este item é necessário ser visionário, deve-se envolver a força motivacional do ser e buscar o máximo de seu potencial. Feito isso, é obtido o referencial a ser perseguido, que será mantido como um símbolo de grande energia, servindo de alimento e combustível para a sequência de realizações dentro da estratégia.
Em geral, por ser uma perspectiva de longo prazo e representar uma situação ideal, o objetivo em si não revela a estratégia a ser seguida, podendo inabilitar e paralisar a ação. Por isso se faz necessário derivá-lo para uma sequencia ordenada de ações, explorando pontos correlatos ao alvo, que supostamente estão mais presentes na realidade do agente, em aspectos mais tangíveis, até que se esgotem todas as sequencias e hipóteses possíveis para a direção almejada. Com isto feito, é possível escolher entre as possibilidades desenhadas aquela qual lhe pareça ser a mais adequada.
Deste modo, é de fundamental importância refletir sobre os desafios envolvidos, ponderar as ameaças, conferir o próprio potencial e constatar o que precisa ser desenvolvido.
A boa estratégia atua como um antídoto para a desordem. A falta de estratégia, ou uma estratégia falha, coloca até mesmo os mais capacitados em situação confusa, causando perda sistêmica de energia e queda acelerada de rendimento.
A consolidação de uma boa estratégia envolve planejar com antecedência como proceder em situações inusitadas, garantindo flexibilidade para execução de ações sem perder o objetivo de vista.
O estrategista é capaz de estabelecer com clareza seu objetivo fundando-se em suas motivações, a fim de assegurar o próprio empenho e colocar o ambiente a seu favor. Ele exercita o intelecto para que faça correto uso da razão mesmo nas situações mais inusitadas, contemplando os pontos mais concretos e imediatos do planejamento em contraste com o cenário ideal e mais distante que será perseguido. Além de promover adaptações sistêmicas de ações previamente elaboradas, fazendo disso um fator crucial para o êxito.
César Ameno.
Referências:
Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. – 4. ed. – Barueri, SP : Manole, 2014.
Pereira, Maria Célia Bastos. RH essencial. São Paulo: Saraiva, 2014.